
Mestre do Sardoal
Vicente Gil e Manuel Vicente deixaram no Sardoal uma das mais importantes heranças culturais e artísticas do concelho: as Tábuas do Mestre do Sardoal.
Ornamentavam o primitivo retábulo da Igreja Matriz, datadas do início do século XVI. Sete pinturas a óleo sobre madeira de carvalho, que representam o busto de Cristo, S. Pedro, S. Paulo, a Virgem da Anunciação, o Arcanjo S. Gabriel, S. João Baptista e S. Mateus.
A importância da oficina do Mestre do Sardoal para a História da Arte Portuguesa centra-se na transição do estilo gótico para o renascentista, designados por “Primitivos Portugueses”. A técnica altera-se, os volumes e o movimento das vestes começam a ser visíveis, tal como a profundidade, o “sfumato” na paisagem, o tratamento dos rostos, apesar de algumas incorreções anatómicas, normais para a época, mas ao mesmo tempo com uma paleta de cores fortes.
Oratório de Arte Namban
Em 1670, D. Jerónima de Parada doou uma das peças mais importantes do concelho e de Portugal à Igreja do Convento de Santa Maria da Caridade: o Oratório de Arte Namban. O Oratório de Nossa Senhora da Esperança, com Nossa Senhora e o menino ao colo, de madeira lacada de negro (uruxi), com decoração a ouro, prata e o colorido (maqui-e). Tem ainda embutidos de madrepérola recorta (radem) e a pintura das personagens é óleo sobre cobre. Estas obras balançam entre a arte europeia e a nipónica. Uma das obras mais viajadas e raras do mundo.