
Na rotunda à entrada do Souto saia na terceira saída em direção à Brunheta / Senhora do Tojo.
O surgimento do culto a N. Sra. do Tojo é ainda hoje desconhecido. Sabe-se apenas que a edificação do templo remonta aos séc. XIV / XV. Frei Agostinho de Santa Maria, com base na descrição de um clérigo abrantino, refere que a imagem aparecera sobre uma tojeira, mas que a sua manifestação é tão antiga, que “…não há quem de seu aparecimento dê a menor noticia…”. No entanto, relata que os milagres da Senhora eram grandiosos, “…os mortos que tem ressuscitado, os cegos a quem tem dado vista e aos aleijados, pés, e braços não tem número …”, aludindo à grande multidão de romeiros que ai se deslocava e dormitava. Em rigor, sabemos que as esmolas angariadas eram elevadas, pois os mordomos conseguiram erigir um santuário e pagar a um capelão, para celebrar missa todos os domingos e dias de preceito do ano. O atual templo foi reconstruido em 1978. Possui alpendre, nave e capela-mor ornamentada por um altar policromado e dourado, com nicho ao centro onde desponta uma réplica da N. Sra. do Tojo. Na sacristia temos acesso a um nicho onde o visitante pode tocar no primitivo tojo da Senhora.
LENDAS E TRADIÇÕES
São duas as lendas que fornecem uma explicação plausível para o surgimento da romaria e da posterior capela de N. Sra do Tojo. Uma afirma que há muito, muito tempo, um grupo de crianças que guardavam um rebanho encontrou, no meio de um tojo uma bonita imagem de N. Sra., que levaram para casa. Mas, a imagem desaparecia e voltava sempre para o seu tojo. Isto, repetiu-se tantas e tantas vezes que os moradores do Souto decidiram edificar uma ermida em sua honra. Já a segunda indica que durante um grave período de seca, um pastor resolveu sair com as suas ovelhas em busca de alimento. Enquanto procurava deparou-se com um tojo viçoso que se distinguia de todas as demais plantas, mas as ovelhas não conseguiam comê-lo. O pastor estranhou e decidiu averiguar. Ao chegar perto da planta reparou numa boneca que de imediato colocou na sacola. Quando chegou a casa a imagem tinha desaparecido. Baralhado decide voltar ao local onde a tinha encontrado e qual não é o seu espanto quando a encontra no mesmo tojo.
Decidiu então atar a boneca ao braço, mas ela voltou a desaparecer. No dia seguinte voltou outra vez ao tojo, mas desta vez a boneca parecia-lhe a imagem de Nossa Senhora. A notícia espalhou-se e a população da aldeia acabou por fazer nesse mesmo local uma capela, dedicada à Senhora do Tojo.