Quanto à região de Abrantes, a mais típica das aldeias situa-se a 9 Km da cidade e chama-se “Aldeia do Pego”.
Esta habitação do Pego apresenta características da casa ribatejana e da casa alentejana e ainda muitas das famílias do Pego tiveram a sua origem na Nazaré, existem ainda hoje, em muitas casas, recordações que o comprovam.
É uma construção térrea, baixa, de planta retangular, de um piso, compreendendo a cozinha, quartos e arrumações. Estas divisões estão dispostas de enfiada. O telhado de duas águas possui uma chaminé larga com referência ao ano de construção. As primeiras casas eram sem janelas e apenas com uma porta.
O inconveniente é que estas casas têm como material de construção a taipa. A taipa, um tipo de barro com pedra, torna-se pouco resistente às pressões que têm de suportar, pelo que se torna indispensável reforçá-la onde necessário com gigantes de Alvenaria.
A decoração das casas era feita em baixo relevo e da seguinte maneira: as paredes exteriores apresentam uma caiação policromada em rodapés e cimalhas na guarnição das portas e janelas, em que predomina os tons de amarelo, azul e verde. As cimalhas e frisos eram feitos com aplicações de moldes.
O interior da casa era também pintado com cal, e como decoração tinham muitos objetos de loiça, como terrinas, pratos, travessa, canecas, chávenas, bules, etc. Era uma decoração variada, dando grande colorido à habitação.
O uso generalizado da cal não traduz um mero capricho estético. Tem a ver com a defesa da qualidade da habitação. A cal é um preservador higiénico (afasta os insetos) e tem, além disso, a vantagem de construir um económico isolante térmico.

A profissão de carvoeiro, um trabalho muito duro, apareceu em Abrantes com mais incidência no princípio do século XX, embora ainda hoje muita gente trabalhe nas carvoarias, nomeadamente na freguesia do Pego, associada à de tirador de cortiça e outros trabalhos sazonais rurais.

Aconselhamos um passeio pela aldeia das “casas baixas”, onde se destacam as fachadas das casas decoradas com baixos-relevos, com os poiais no exterior e a decoração de algumas chaminés.
Em agosto ocorre o Festival de Folclore da Casa do Povo do Pego, onde é possível ver os trajes usos e costumes de antigamente. De salientar a nível industrial, a Central termoeléctrica do Pego.
Nas diversas tasquinhas que ainda existem na aldeia do Pego, pode saborear à quarta-feira os petiscos típicos que resultavam da tradicional matança do porco como: bucho e tripa, chouriço, morcela, moura, farinheira, coração, orelha, língua, entrecosto, entremeada, febras, entre outros.