Aproveite a sua estadia no Médio Tejo para degustar de vários pratos de enguias. Podem ser comidas tanto fritas e envoltas em farinha, como grelhadas, sendo temperadas com azeite, vinagre e sumo de limão, ou ainda em ensopado.

A fataça na telha é um prato típico do concelho de Constância, o qual tem uma ligação muito próxima com os rios Tejo e Zêzere, por ser onde estes se unem.    

Para a confeção deste prato é essencial usar duas telhas. Após ser temperada com cebola, salsa picada e colorau, a fataça é colocada em cima de uma das telhas com fatias de toucinho por cima, sendo depois tapada com a remanescente telha. Vai a cozinhar nas brasas de uma fogueira.

As Fatias de Tomar são um doce único a nível nacional. São confecionadas unicamente com gemas de ovos bem batidas, as quais são cozidas em banho-maria numa dupla panela criada exclusivamente para o efeito. O bolo é depois fatiado ainda quente e encharcado numa calda de açúcar.   

As panelas para a confeção das Fatias de Tomar foram criadas pelo mestre latoeiro senhor Aurélio que as vendia com a receita desta iguaria no interior.

Os Figos de Torres Novas são um doce típico confecionado com figos secos, miolo de amêndoa, açúcar e gemas. Os figos são cortados em cruz e o seu interior é guarnecido com uma bola feita de massa de amêndoa. 

A amêndoa e os figos são dois dos mais importantes elementos tradicionais da região de Torres Novas.

A friginada ou tachada é um prato típico de Ourém, no qual são usadas as “miudezas” do animal, como fígado e pulmões, bem como algumas carnes gordas, as quais são temperadas com sal, pimenta, louro, colorau, cominhos, cravinho e alho picado. As carnes são depois fritas num tacho de barro, condimentadas com vinho para evitar que estas se queimem.

O lagostim de rio é considerado por muitos uma iguaria de requinte, embora biólogos e pescadores o julguem uma “praga biológica”. Como o rio Zêzere oferece as condições ideais para o seu desenvolvimento, os restaurantes de Ferreira do Zêzere todos os anos durante o mês de abril participam no Festival Gastronómico de Lagostim de Rio e confecionam refeições variadas que deliciam os visitantes.

Os maranhos consistem num bucho de borrego ou carneiro, bem lavado e esfregado com sumo de limão, o qual é enchido com carne de borrego, presunto, chouriço magro, toucinho entremeado e arroz. O recheio é temperado com hortelã, azeite, sal, pimenta e vinho branco, embora existam algumas variantes dependendo da zona em que são confecionados. 

No concelho da Sertã, pode saborear e conhecer mais sobre esta iguaria durante o Festival de Gastronomia do Maranho, que decorre anualmente durante o mês de julho.

Os conventos femininos que existiram na cidade de Abrantes, nomeadamente o antigo Convento da Nossa Senhora da Graça, estão na origem da doçaria do concelho, com destaque para a Palha de Abrantes. Reza a história que as lavadeiras de Rio de Moinhos tiveram acesso à receita desta doce iguaria após ganharem a confiança das freiras dominicanas a quem prestavam serviços.  

A Palha de Abrantes é confecionada com gemas de ovo e amêndoas, sendo depois coberta por fios de ovos ligeiramente tostados em forno bem quente. Segundo tradição popular, a denominação deste doce está relacionada com a imagem da palha que era transportada do Alentejo para Lisboa, passando por Abrantes, à época um importante entreposto fluvial.

As sopas de verde, tradicionais do concelho de Ourém, são confecionadas usando o sangue obtido com a matança do carneiro. O “verde” do nome advém da designação dada ao sangue sobretudo no Alto Minho e Trás-os-Montes. 

O ingrediente principal é a carne de reixelo (carneiro ou cabra), apesar de serem também utilizados outros tipos de carne, como vitela, a qual é refogada com vários condimentos. Depois de se juntar o sangue, o preparado é deitado sobre pão num recipiente com um ramo de hortelã.

As tigeladas são um doce muito apreciado na região, existindo diferentes exemplos conforme a localidade em que são confecionadas. São típicas sobretudo dos concelhos de Abrantes, Ferreira do Zêzere e Sardoal. 

O nome desta doçaria conventual advém do facto de ser cozinhada numa tigela de barro previamente aquecida.